UM PREFACIO A JOHN CAGE : AUGUSTO DE CAMPOS (2011)


..........................."Somos concretistas, diz Oswald, em seu manifesto canibal. 
...........................A coisa, não a idéia da coisa"
...........................décio pignatari (contracomunicação, p.153)

..........................."Cage , músico, é o maior poeta vivo norte-americano. E o mais jovem. [...] 
...........................É ele, sem duvida o mais completo artista intersemiótico de nosso tempo, 
...........................e poeta dos multimedia”
...........................augusto de campos (música de invenção, p.130)

..........................."Penso que um poeta de agora 
...........................deveria interessar-se pelas novas tecnologias e pelas intervenções interdisciplinares, 
...........................que abrem o horizonte das artes e repotencializam as propostas das vanguardas"
...........................augusto de campos (2008, http://www.cronopios.com.br/mnemozine4/interface.html)


...........................sobre esse site : cem saídas

Tendo a poética de John Cage (1912-1992)
como objetivo-objeto de pesquisa, esse trabalho faz juz ao título de iniciação
um primeiro passopessoal cientificoncreto dedicado
ao universo da arte interdisciplinar.
É um lance íntimo, inaugural
como a primeira linha do poema de
cummings,

...........................l(a

...........................le
...........................af
...........................fa


...........................ll


...........................s)
...........................one
...........................l


...........................iness

l(a justificando, o trabalho (inclusive esse blogsite) não vacila em ampararestruturar-se na obra pioneira de Augusto de Campos (1931),
responsável direto pela ela elaboração desde as raízes deste projeto, por difundir…
meio/fonte das referências verbivocovisuais aqui apresentadas.


...........................cage : chance : change

hipertexto de protótipos:

...........................“Viva os amadores!.” (Satie)
...........................“Hoje ou sem presumir do futuro o que sairá daqui, nada ou quase uma arte.” (Mallarmé)
...........................“Não há arte revolucionária sem forma revolucionária” (Maiakovski)
...........................“Não tenho nada a dizer e isto é poesia, como eu quero.” (Cage)
...........................“Poesia é risco.”, “VAIAVIVA”, “Tudo está dito” (A. Campos)...


...........................A s e m e n t e

O livro-ponte é Música de Invenção

Música de Invenção é composto por uma seleção de textos organizada pelo próprio autor,
Augusto de Campos,
sobre música não popular ou erudita ou dita experimental… melhor de invenção de vanguarda.
São artigos divulgados em diversas mídias impressas pelo Brasil a partir da década de 1970 ,
que se dividem em algumas seções, uma delas dedicada

exclusivamente à Cage, “Musicaos”.

Augusto de Campos,
foi o primeiro brasileiro a escrever pra valer sobre o “O Profeta e Guerrilheiro da Arte Interdisciplinar”
como chama John Cage em título de artigo escrito em 1982,
(além de Cage, Campos é dos primeiros críticos a escrever sobre compositores como Webern, Varèse, Satie, Antheil)
que se inicia da seguinte forma:

...........................John Cage, o maior compositor vivo,
...........................poeta-designer-pensador de criações originais e imprevisíveis,
...........................completa 70 anos hoje, sem ter sequer um disco ou um livro editado no Brasil,
...........................após várias décadas de atividades. A tradução de um dos livros mais importantes de cage
...........................– “A Year from Monday” (De segunda a um Ano) –
..........................., feita por Rogério Duprat, revista por mim, não encontra editor há cerca de dez anos, ...........................[…]
...........................o livro é um desafio editorial que ninguém ousou assumir até agora, entre nós.
...........................Em 1973, a Universidade de São Paulo, consultada,
...........................manifestou desinteresse em co-editar a obra.
...........................Uma tradução mexicana saiu em 1974, em livro de bolso, pelas Ediciones Era.
...........................Pobres de Nós.
...........................É difícil resumir tudo o que tem feito esse artista revolucionário
...........................e múltiplo: compositor, intérprete, escritor, artista visual, conferencista,
...........................de cuja obra instigante e provocativa estão ainda privados nossos ouvintes e leitores.
...........................(Música de invenção, p. 133)

sem contar que Cage morreu em 1992,  este trecho parece atual:
o livro citado, “De segunda a um Ano”, chegou a ser lançado em 1985,
mas só teve uma edição que, já há muito tempo, está esgotada.

(
além de Cage, Campos é dos primeiros críticos brasileiros a (divulgar) escrever (a) sobre (obra de) compositores como Webern, Varèse, Satie,
Antheil.. até Pound, aqueles no universo dos músicos inventores “falo sempre, de músicos-inventores, na acepção poundiana do termo ‘invenção’”, AC
)


...........................n o i g a n d r e s

Simultaneamente a esse aprofundamento no campo da música contemporânea,
a procura por Cage (atraves de fontes em linguaportuguesa) nos leva
, inevitávelmente ,
ao próprio Augusto
e nesse diálogo um mundoárvo-rebrota:

de Cage à Augusto à poesia concreta e seus poetas/transcriadores e generosos
(Augusto + Haroldo de Campos + Décio Pignatari,
o grupo Noigandres) um dos únicos movimentos de vanguarda que surgiu no Brasil,
ponta de lança nos rumodebates internacionais
Além disso
não eram apenas artistas criadores poetas e
como também, simultaneamente,
divulgaDores de nomes importantes para a compreensão das idéias que colocavam em prática que fundamentavam o salto participante da poesia concreta.
Fazem isso citando, teorizando, traduzindo nomes como James Joyce, e.e. cummings, Ezra Pound e Mallarmé e criando
a partir da
absorção
de suas obras ("transcriações" segundo Haroldo /  "produssumos" (pq ñ?) como diria Décio Pignatari, consumo e produção simultâneos).

(

Basta-se ler alguns dos manifestos escritos a partir de meados dos anos 1950
(quando anunciavam, d-enunciavam e difundiam a poesia concreta)
para identificar as raízes do movimento de vanguarda que inaugaravam.
Neste primeiro parágrafo de “Por Uma Obra de Arte Aberta” (1955), Haroldo de Campos elucida isso,

...........................Para objetivar o que, numa postulação voluntariamente “drástica”, no sentido
...........................pragmático-utilitário que assume a teorização poundiana, poder-se-ia definir como o
...........................campo vetorial da arte poética do nosso tempo, de cuja conjunção de linhas de força
...........................resultantes previsíveis e outras imprevistas podem surgir à solicitação do labor criativo,
...........................bastaria indicar como eixos radicais as obras de Mallarmé (Un Coup de Dés), Joyce,
...........................Pound e Cummings.
...........................(BANDEIRA, BARROS: 2008, p.71)

)

além das referências internacionais, os concretos trataram de encontrar antecessores também aqui no Brasil,
“presentificando-os”. É o caso de Oswald de Andrade (“O amador genial” como o chama Augusto, lembrando das críticas incompreensivas que recebia).
Pignatari é enfático ao unir umbilicalmente poesia concreta, o modernista e mais (ou menos):

...........................A linha que vai, por exemplo, de Oswald de Andrade
...........................– sua poesia, seus manifestos e suas Memórias Sentimentais de João Miramar –
...........................à poesia concreta, é uma linha revolucionaria, anti-“literatura”.
...........................A primeira está na faixa da língua; a segunda, da linguagem.
...........................As autênticas vanguardas artísticas contemporâneas têm-se caracterizado
...........................por sua “anti-arte”,
...........................desde o “rien ou presque um art”, de Mallarmé,
...........................passando pelo movimento “Dada”
...........................e por Oswald de Andrade, até a poesia concreta,
...........................o atual movimento da pop art norteamericana (setor das artes visuais)
...........................e o desenho industrial (forma do produto),
...........................sem esquecer a nouvelle vague do cinema francês
...........................(PIGNATARI: 1973, p.141)

[[...]]


E, dito, criadores:
Augusto já nos seus primeiros poemas concretos declarava seu interesse por esse universo,
como descreve em outro livro importante que escreveu sobre música: “O Balanço da Bossa”:

...........................“lygia fingers”
...........................(da minha série de poemas coloridos poetamenos)
...........................segue quase literalmente
...........................a klangfarbenmelodie (semcormelodia
...........................ou melodiadetimbres)
...........................da parte inicial do quarteto
...........................composto em 1930
...........................1a audição em 13-4-31
...........................que eu, nascido nesse ano, ouvi entre 52-53
...........................na gravação de Leibowitz
...........................na mesma época que eu ouvia
...........................o “roteiro de um boêmio”
...........................(álbum com 4 discos em 78 rotações
...........................fase pré-LP)
...........................de lupicínio rodrigues
...........................CAMPOS: 2008, p.315

Música de Invenção é a prova de que esse interesse pela música de Webern e seus entornos continuou intenso.
O livro é considerado por Lívio Tragtenberg “certamente o mais importante
sobre o assunto publicado no Brasil” (CAMPOS: 1997, contra-capa).
Neste livro, Augusto realiza o PAIDEUMA poundiano (“a ordenação do conhecimento de modo que o próximo homem (ou geração) possa achar
o mais rapidamente possível, a parte viva dele e gastar um mínimo de tempo com ítens obsoletos” (POUND:1970, p.160).)
, e nos entrega uma porção de artistas e obras de arte pouco divulgados em solo brasileiro, para que possamos devorar e difundir atraves,

...........................(
O mesmo que os concretos fizeram com Oswald devolvendo-o à tona e
assim
influenciando o desenvolvimento da Tropicália.
Caetano Veloso:

...........................Através de Augusto e seus companheiros tomei conhecimento da poesia a um tempo
...........................solta e densa, extraordinariamente concentrada de Oswald.
...........................Também, pouco depois, da sua revolucionária prosa de ficção.
...........................Sobretudo recebi o tratamento de choque dos
...........................“manifestos” oswaldianos: Manifesto da poesia Pau-Brasil, de 24, e, principalmente,
...........................Manifesto Antropófago, de 28.
...........................Esses dois textos de extraordinária beleza são ao mesmo tempo um aggiornamento e uma
...........................libertação das vanguardas europeias.
...........................[...]
...........................O Manifesto Antropófago, desenvolve e explicita a metáfora da devoração.
...........................Nós, brasileiros, não deveríamos imitar e sim devorar a informação nova,
...........................viesse de onde viesse, ou,.nas palavras de Haroldo de Campos,
...........................“assimilar sob espécie brasileira e experiência estrangeira e reinventá-la
...........................em termos nossos, com qualidades locais ineludíveis que dariam ao produto resultante um
...........................caráter autônomo e lhe confeririam, em princípio, a posibilidade
...........................de passar a funcionar por sua vez, num confronto internacional,
...........................como produto de exportação”.
...........................(Veloso:1997, p.246-247)
...........................)

São muitos os pontos em comum entre John Cage e os concretos,
por exemplo, dito, o fato de serem "pontas-de-lança”,
ligadas à vanguarda artística e quase nunca compreendidos pelos primeiros públicos e críticos.
Além disso, paralelamente à suas inovações musicais, Cage desenvolveu um intenso trabalho como escritor,
criando livros incrivelmente inovadores (“cage se diz interessado na ‘linguagem sem sintaxe’
(o que o aproxima da poesia concreta”) como escreve Augusto:

...........................Os livros de Cage são, como a sua própria música
..........................., inovadores e imprevisíveis .
...........................Em todos eles há uma mistura aparentemente disparatada de eventos.
...........................Cage fala não apenas de música, mas de ecologia, política, zen-budismo, cogumelos,
...........................economia e acontecimentos triviais, extraindo poesia de tudo e de
...........................nada .
...........................Um mosaico de ideias, citações e histórias.
...........................Os textos se apresentam em disposições graficas personalíssimas, indo
...........................do uso de uma IBM com grande diversidade de tipos até à combinação de numerosas
...........................famílias de letra-set;
...........................dos signos desenhados para indicar pausas e ruídos, como a respiração e a tosse, até as
...........................tonalidades reticulares das letras.
...........................Uma concepção tão antiacadêmica que só poderia mesmo
...........................chocar os meios universitários mais provincianos.
...........................(CAMPOS:2007, p.127)

Outros pontos de contato CAGE x NOIGANDRES :
Cage é entusiasta de Marshall McLuhan, o citando diversas vezes em seus textos/conferências,
o mesmo ocorre com os concretos (Décio Pignatari
é o tradutor de “Meios de Comunicação como Extensão do Homem”).
Cage também é entusiasta de Joyce,
utilizando o Finnegans Wake em diversas de suas composições, musicais ou textuais-visuais
(o livro também é fruto de estudos brasileiros).
Cage também promove a revisão de nomes não devidamente
considerados pela crítica tradicional de sua época,
tais como Varèse Webern e Erik Satie
(“Não se trata de saber se Satie é relevante, ele é indispensável”,
diz ele em uma conferência de 1958),
Augusto de Campos é responsável pela única tradução para português de um livro de John Cage.


...........................I N T E R N E T

...........................Em tempos remotos – e ainda no século passado -, as artes ocupavam espaços físicos
...........................separados.
...........................Muito embora diversas tentativas tenham sido feitas durante o século 20 para unir
...........................atividades díspares,
...........................a tendência predominante foi a de que cada disciplina se ocupasse de suas prioridades de
...........................maneira discreta
...........................– os poetas publicavam livros e os pintores faziam exposições de suas pinturas em galerias
 ...........................de arte.
...........................As décadas de 1960 e 1970 testemunharam tentativas notáveis de polinização cruzada;
...........................porém,
...........................os ganhos foram praticamente eliminados na década de 1980,
...........................quando artistas e escritores entenderam que seria mais lucrativo
...........................– tanto do ponto de vista econômico quanto de sua reputação –
...........................se manterem em seus nichos.
...........................Quase ao final do século passado, quando tudo havia retornado às formas de arte bem-
...........................comportadas, uma rachadura apareceu nesta fachada sóbria, surpreendendo a todos:
...........................a internet.
...........................Kenneth Goldsmith (BANDEIRA, BARROS: 2008, p.193)

Como podem perceber, de início se faz clara a tônica de uma pesquisa adentrando essa galaxia:
a cada instante,
um novo beco de cem saídas.

Mas, também logo se percebe, para alegria do povo,
que todas essas saídas se entrecruzavam, e por conseqüência,
acabam por levá-lo de volta à obra de
John Cage (sem ser esse o ponto final), num labirinto.

...........................Preocupa-me, nos últimos tempos, sobretudo, a dessensibilização auditiva em relação à
...........................música contemporânea.
...........................Não me conformo com o fato de a maravilhosa aventura de alto repertório criada em
...........................nosso século, uma das mais ricas de toda a história da humanidade,
...........................ser tão mal conhecida e divulgada entre nós, desfavorecida, com tem sido, pela
...........................preguiça auditiva e pela avidez mercantil das mídias.
...........................A audição qualificada não pode reduzir-se à música de entretenimento, por mais agradável
...........................e bem realizada que seja esta.
...........................Já é tempo de dar um tempo aos colchões sonoros da música palatável e aprender a ouvir
...........................aquela outra música,
...........................a música-pensamento dos grandes mestres e inventores, que impõe uma outra escuta,
...........................onde a reflexão
..........................., a concentração ,
...........................a sensibilidade e a inteligência são ativadas ao extremo.
...........................(CAMPOS:2007, p.9)

Augusto não chega a citar (Música de Invenção é de 1998) a difusão da internet
como meio de comunicação popular e seu importante papel nessa história.
Com esse advento, ainda recente, mas já bastante disseminado, o panorama quanto à falta de acesso dos brasileiros
(que Augusto tanto reclama em todos os seus artigos)
mudou completamente: o maior problema não é mais a falta de acesso (basta um gugol),
porém, ele permanece (e muito se acentua) “na preguiça auditiva” de cada um.
Como não dependemos (como antes) da boa vontade de editoras e gravadoras
, cabem aos indivíduos , por vontade própria , por indicação de conhecidos ou estimulados por acasos off ou online,
irem atrás da informação.

Assim como a geração de Caetano Veloso se viu no ambiente e no momento histórico propício para, com ajuda do resgate promovido pelos concretos,
assimilar a antropofagia de Oswald, juntar samba, bossa nova, rock´n´Beatles e desenvolver o tropicalismo,
vive-se atualmente, por nossa vez, o ambiente e o momento histórico propício para, enfim, entrar em contato (entre todos os novos contatos)
com a obra e o universo dos músicos inventores.
Contato esse, que é tão bem encaminhado por Augusto de Campos em seu Música de Invenção e que agora,
se ve potencializado (promovido como foi pelo acesso ilimitante proporcionado pela internet e demais tecnologias).

O que se faz necessário, portanto, é criar
estímulos para que esse acesso ocorra
e nunca houve um meio mais democrático do que a internet para isso.
Basta (o que não é) pouco
e o que surgirá daqui em diante é o que vamos ver, ou “ouver”
, como prefere Décio , que em 1959 previa:

...........................(...) Eu vejo para o futuro um certo cessar das transformações.
...........................E um longo período de redundâncias mais
...........................ou menos aceitas e que formarão a linguagem comum universal do fim do século,
...........................quando a ação atual e próxima dos computadores
...........................já começar a se fazer sentir em larga escala.
...........................(PIGNATARI:1973, p.127)

Não antes de Cage, que em 1937 já dizia:

...........................Assim como hoje qualquer um se sente capaz de tirar uma fotografia, no futuro próximo,
...........................usando recursos de gravação e/ou sistemas eletrônicos,
...........................o espectador se sentirá encorajado às atividades de compositor e executante.
...........................(CAMPOS:2007, p.130)

Realidade que Arnaldo Antunes, século 21, verifica:

...........................Viver nos tempos de agora tem essa coisa do contato com a tecnologia.
...........................Tem uma fluência maior entre diferentes linguagens, entre os diferentes gêneros, que é
 ...........................propiciada pelos meios tecnológicos.
...........................A linguagem, por exemplo, da colagem, o mosaico de fragmentos, que a gente já vê ali nos
...........................poemas modernistas e depois nas letras tropicalistas, na poesia concreta e na modernidade
...........................de um modo geral, eu acho
...........................que os meios digitais são ideais para essa expressão.
...........................O próprio copy/paste já faz isso. Você já pensa um pouco editando as coisas.
...........................(ANTUNES:2009, p.346)


...........................f i m

Augusto de Campos, que completa 80 anos em 2011 (Cage faria 99!),
já a tempos vem utilizando a internet para divulgar seus novos escritos e poemas.
Num artigo recente, de 2009 ele diz sobre sua insistência em falar os músico-inventores:

...........................Continuo esperando que essas minhas incursões erráticas, como sempre não solicitadas
...........................e certamente impertinentes num campo que não é o meu, possam contribuir
...........................de alguma forma para o propósito principal dos meus escritos, que é o de
...........................acoroçoar os amantes da arte a buscar experiências novas ,
...........................palmilhar selvas selvagens sonoras e não apenas recostar-se nos colchões cariciosos ou
...........................nas infusões e efusões estimulantes da
...........................música de entretenimento, sal da nossa vida, mas freqüentemente ópio da nossa
...........................imaginação.
...........................Quem sabe se dos “buracos negros” destas minhas emissões perdidas resulte alguma
...........................respiração nova no universo ar-condicionado e super-protegido
...........................das nossas instituições e personalidades musicais.
...........................(2008, http://www.cronopios.com.br/mnemozine4/interface.html)

Em conversa com Arnaldo Antunes (que muito ajudou nessa pesquisa, emprestando bibliografias e sugerindo rumos)
foi natural saber que ele não se aprofundara em “Música de Invenção” justamente
por achar que o contato com as obras que Augusto citava era essencial.
Que o esforço (mútuo) se faça útil (único)..

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