3.4 A MÚSICA DA GERAÇÃO PERDIDA

revista SomTrês n.28 - maio/1979
em Música de Invenção, pgs 23-25



a geração perdida agrega nomes como :
Gertrude Stein
Ezra Pound
e. e. cummings
John dos Passos
Ernst Hemingway
Scott Fitzgerald
Henry Miller
todos norteamericanos que permaneceram
fora do centro de convergência
das vanguardas (de todos os quadrantes)
nas primeiras décadas do século XX: Paris
.

Mas se a contribução norte-americana foi enorme do reino da literatura e da poesia, parece, à primeira vista, menos expressiva na área da composição musical. Ao contrário, a América é que iria receber o impacto da presença dos émigrés europeus, como VARÈSE, já em 1915 e bem mais tarde, SCHOENBERG, MILHAUD, KRENEK, WEILL e outros.


Há excessões, os que nunca sairam dos EUA:
Charles Ives         ,     o    patriarca da música moderna,
Charles Ruggels         e  
Henry Cowell     ,    o    inventor     do clusterpianístico
                e    mestre        de    John Cage
E  z  r  a     P  o  u  n  d             e             G  e  r  t  r  u  d  e       S  t  e  i  n              (escritores
) também acionaram essa participação musical
Ambos chegaram a morar próximos em Paris,
mas logo se desentenderam:

Não só tinham concepções diversas de literatura. Eram dois chefes-de-fila, com as respectivas áreas de influência. Quem se aproximava de um, acabava se afastando do outro. Assim sucedeu com os músicos.
ex :
Virgil Thomson e George Antheil – importantes para a música nova.

S T E I N
motivaria com seus textos as obras mais polêmicas de
Thomson
Diferentemente do autor dos Cantos, Gertrude Stein não era uma estudiosa de música. Seus interesses extra-literários se voltavam, como é sabido, para as artes plásticas. Mas seus textos cubistas, abstratos e absurdos, feitos de palavras elementares encadeadas pela redundância fônica, despertaram a imaginação musical de Virgil Thomson. Dessa associação resultaram várias criações”
:
Sonata de Chiesa (1926)
obra politonal, fortemente dissonante, que mereceu o aplauso do John Cage
Capitals, Capitals (1927)

onde, como observa Cage, chegam a ocorrer, em sequência, 71 palavras sobre uma mesma nota. já D. Pignatari a classifica como “o lugar-comum incomum, deslocado do seu contexto”
Four Saints in Three Acts (1928)
Com estreia em 1934, A obra causou impacto, inclusive pela inusitada orquestração, em que pontificava uma harmônica, pelo original cenário de celofone criado por Florine Stettheimer, e pela novidade de ser cantada por um elenco de negros

(
assim como Cage, Thomson também era um entusiasta de
ERIKSATIE
)


P O U N D
atuaria como crítico músical,
promotor de ideias e das composições de ANTHEIL
e músico, ele próprio.

Nenhum comentário:

,

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...